Música "Querência amada e a Revolução Federalista"
Em determinado trecho da música "Querência amada" de autoria de Teixeirinha e interpretada por Oswaldir e Carlos Magrão é mencionado um pouco sobre a história do Rio Grande do Sul. Destaco a Revolução Farroupilha e a Revolução Federalista.
Texto abaixo foi retirado do Blog de Rafael Burd ele aborda a Revolução Farroupilha
Querência Amada
Quem quiser saber quem sou,
olha para o céu azul,
e grita junto comigo,
viva o Rio Grande do Sul!
O lenço me identifica,
qual a minha procedência,
da província de São Pedro,
padroeiro da querência.
Ó meu Rio Grande de encantos mil,
disposto a tudo pelo Brasil.
Querência amada dos parreirais,
da uva vem o vinho, do povo vem o carinho,
bondade nunca é demais.
Berço de Flores da Cunha,
e de Borges de Medeiros.
Terra de Getúlio Vargas,
presidente brasileiro.
Eu sou da mesma vertente,
que Deus saúde me mande,
E que eu possa ver muitos anos,
o céu azul do Rio Grande.
Te quero tanto,
torrão gaúcho,
morrer por ti,
me dou o luxo.
Querência amada, planícies e serras,
os braços que me puxa,
da linda mulher gaúcha,
beleza da minha terra.
Meu coração é pequeno,
porque Deus me fez assim,
o Rio Grande é bem maior,
mas cabe dentro de mim.
Sou da geração mais nova,
poeta bem macho e guapo,
Nas minhas veias escorrem,
o sangue herói dos farrapos.
Deus é gaúcho,
de espora e mango,
foi maragato,
ou foi chimango.
Querência amada,
meu céu de anil.
Este Rio Grande gigante,
mais uma estrela brilhante na bandeira do Brasil.
olha para o céu azul,
e grita junto comigo,
viva o Rio Grande do Sul!
O lenço me identifica,
qual a minha procedência,
da província de São Pedro,
padroeiro da querência.
Ó meu Rio Grande de encantos mil,
disposto a tudo pelo Brasil.
Querência amada dos parreirais,
da uva vem o vinho, do povo vem o carinho,
bondade nunca é demais.
Berço de Flores da Cunha,
e de Borges de Medeiros.
Terra de Getúlio Vargas,
presidente brasileiro.
Eu sou da mesma vertente,
que Deus saúde me mande,
E que eu possa ver muitos anos,
o céu azul do Rio Grande.
Te quero tanto,
torrão gaúcho,
morrer por ti,
me dou o luxo.
Querência amada, planícies e serras,
os braços que me puxa,
da linda mulher gaúcha,
beleza da minha terra.
Meu coração é pequeno,
porque Deus me fez assim,
o Rio Grande é bem maior,
mas cabe dentro de mim.
Sou da geração mais nova,
poeta bem macho e guapo,
Nas minhas veias escorrem,
o sangue herói dos farrapos.
Deus é gaúcho,
de espora e mango,
foi maragato,
ou foi chimango.
Querência amada,
meu céu de anil.
Este Rio Grande gigante,
mais uma estrela brilhante na bandeira do Brasil.
Fonte: http://www.paginadogaucho.com.br/musi/musica.php?codigo=042
Texto abaixo foi retirado do Blog de Rafael Burd ele aborda a Revolução Farroupilha
Link: http://historiaeavida.blogspot.com.br/2011/08/foi-maragato-ou-foi-chimango.html
A Revolução Federalista foi um dos episódios mais sangrentos da história rio-grandense. A disputa foi marcada pelo embate entre federalistas e republicanos, com o uso da violência por ambas as partes. O destaque das barbaridades cometidas fica por conta da prática da degola.
Inicialmente é preciso entender as razões do confronto. O Brasil havia se tornado uma república em 1889. Os primeiros governos, Deodoro e Floriano, assumiram uma condição centralizadora e autoritária, apesar de a Constituição de 1891 dar certa autonomia para os estados, no modelo norte-americano.
O Rio Grande do Sul, portanto, também teve a sua Constituição, que teve o dedo do chefe político da região, Julio de Castilhos. Esta tinha uma forte inspiração no positivismo do francês Augusto Comte, que pretendia avanços industriais e econômicos, mas sem grandes mudanças sociais. No Rio Grande do Sul, este projeto foi abraçado pelas classes médias e pelos grupos de imigrantes que prosperavam.
A Constituição do estado, por sua vez, previa um Poder Executivo forte, com direito a reeleição e um Poder Legislativo débil. Assim, Julio de Castilhos poderia governar com mais força e autoridade. Isso acabaria desagradando alguns setores, principalmente as velhas oligarquias dos coronéis estancieiros ligados à antiga Coroa. Grosso modo, se formaram dois grupos:
Os federalistas ou maragatos – Os revoltosos, favoráveis à monarquia e ao parlamentarismo. Eram contrários ao texto constitucional rio-grandense, pois limitava o poder destes “coronéis”, ou estancieiros, principalmente da região da Campanha. Além disso, as medidas econômicas do novo governo republicano eram insatisfatórias para eles. Seu principal líder foi Gaspar Silveira Martins. Usavam o lenço vermelho em volta do pescoço. Em “O sobrado” são representados pela família Amaral, que promove o cerco ao casarão.
Os republicanos ou chimangos – Os legalistas, defensores do regime republicano, tendo o apoio do presidente do Brasil, Floriano Peixoto. Tinham o apoio das elites rurais do litoral e da serra do estado e das classes médias urbanas. Seus principais líderes eram Julio de Castilhos e seu sucessor, Borges de Medeiros. Tinham um uniforme azul e quepe vermelho, que lhes valeu o apelido de “pica-paus”. Adotaram o lenço branco em volta do pescoço. Na obra de Erico Verissimo são representados pela família Terra Cambará, sitiada no sobrado.
A revolta começou em 1893, pouco depois de Julio de Castilhos ter vencido as eleições daquele ano. Terminou em 1895, com a promessa de que o texto constitucional do Rio Grande do Sul seria revisto pelos governistas, o que não ocorreu. No plano militar, a guerra foi vencida pelos republicanos, que por serem as tropas do governo, dispunham de mais recursos, como, por exemplo, o uso da Brigada Militar.
O sucessor de Floriano Peixoto na presidência do país foi Prudente de Morais, que deu início à chamada “República do café-com-leite”, marcada pelo domínio das elites paulistas, mineiras e gaúchas.
Os estados ganharam ainda mais autonomia a partir desse momento. Mesmo assim, predominava no Rio Grande do Sul o governo dos republicanos, comandados por Borges de Medeiros, que se reelegeu inúmeras vezes. A continuidade dos problemas e da rivalidade entre federalistas e republicanos foi eclodir em outra revolta no ano de 1923. A questão só foi se acalmar em 1928, com a ascensão de Getúlio Vargas ao governo rio-grandense.
A Revolução Federativa durou “apenas” dois anos, tempo suficiente para derramar muito sangue na província. Ela não foi marcada por atos de heroísmo, mas pela violência e pela barbárie, assim como qualquer outra guerra.
A Revolução Federalista foi um dos episódios mais sangrentos da história rio-grandense. A disputa foi marcada pelo embate entre federalistas e republicanos, com o uso da violência por ambas as partes. O destaque das barbaridades cometidas fica por conta da prática da degola.
Inicialmente é preciso entender as razões do confronto. O Brasil havia se tornado uma república em 1889. Os primeiros governos, Deodoro e Floriano, assumiram uma condição centralizadora e autoritária, apesar de a Constituição de 1891 dar certa autonomia para os estados, no modelo norte-americano.
O Rio Grande do Sul, portanto, também teve a sua Constituição, que teve o dedo do chefe político da região, Julio de Castilhos. Esta tinha uma forte inspiração no positivismo do francês Augusto Comte, que pretendia avanços industriais e econômicos, mas sem grandes mudanças sociais. No Rio Grande do Sul, este projeto foi abraçado pelas classes médias e pelos grupos de imigrantes que prosperavam.
A Constituição do estado, por sua vez, previa um Poder Executivo forte, com direito a reeleição e um Poder Legislativo débil. Assim, Julio de Castilhos poderia governar com mais força e autoridade. Isso acabaria desagradando alguns setores, principalmente as velhas oligarquias dos coronéis estancieiros ligados à antiga Coroa. Grosso modo, se formaram dois grupos:
Os federalistas ou maragatos – Os revoltosos, favoráveis à monarquia e ao parlamentarismo. Eram contrários ao texto constitucional rio-grandense, pois limitava o poder destes “coronéis”, ou estancieiros, principalmente da região da Campanha. Além disso, as medidas econômicas do novo governo republicano eram insatisfatórias para eles. Seu principal líder foi Gaspar Silveira Martins. Usavam o lenço vermelho em volta do pescoço. Em “O sobrado” são representados pela família Amaral, que promove o cerco ao casarão.
Os republicanos ou chimangos – Os legalistas, defensores do regime republicano, tendo o apoio do presidente do Brasil, Floriano Peixoto. Tinham o apoio das elites rurais do litoral e da serra do estado e das classes médias urbanas. Seus principais líderes eram Julio de Castilhos e seu sucessor, Borges de Medeiros. Tinham um uniforme azul e quepe vermelho, que lhes valeu o apelido de “pica-paus”. Adotaram o lenço branco em volta do pescoço. Na obra de Erico Verissimo são representados pela família Terra Cambará, sitiada no sobrado.
A revolta começou em 1893, pouco depois de Julio de Castilhos ter vencido as eleições daquele ano. Terminou em 1895, com a promessa de que o texto constitucional do Rio Grande do Sul seria revisto pelos governistas, o que não ocorreu. No plano militar, a guerra foi vencida pelos republicanos, que por serem as tropas do governo, dispunham de mais recursos, como, por exemplo, o uso da Brigada Militar.
O sucessor de Floriano Peixoto na presidência do país foi Prudente de Morais, que deu início à chamada “República do café-com-leite”, marcada pelo domínio das elites paulistas, mineiras e gaúchas.
Os estados ganharam ainda mais autonomia a partir desse momento. Mesmo assim, predominava no Rio Grande do Sul o governo dos republicanos, comandados por Borges de Medeiros, que se reelegeu inúmeras vezes. A continuidade dos problemas e da rivalidade entre federalistas e republicanos foi eclodir em outra revolta no ano de 1923. A questão só foi se acalmar em 1928, com a ascensão de Getúlio Vargas ao governo rio-grandense.
A Revolução Federativa durou “apenas” dois anos, tempo suficiente para derramar muito sangue na província. Ela não foi marcada por atos de heroísmo, mas pela violência e pela barbárie, assim como qualquer outra guerra.