Música "Querência amada e a Revolução Federalista"

Em determinado trecho da música "Querência amada" de autoria de Teixeirinha e interpretada por  Oswaldir e Carlos Magrão é mencionado um pouco sobre a história do Rio Grande do Sul. Destaco a Revolução Farroupilha e a Revolução Federalista.

Querência Amada

Quem quiser saber quem sou, 
olha para o céu azul, 
e grita junto comigo,
viva o Rio Grande do Sul!

O lenço me identifica, 
qual a minha procedência, 
da província de São Pedro, 
padroeiro da querência. 

Ó meu Rio Grande de encantos mil, 
disposto a tudo pelo Brasil. 
Querência amada dos parreirais, 
da uva vem o vinho, do povo vem o carinho,
bondade nunca é demais. 
Berço de Flores da Cunha, 
e de Borges de Medeiros. 
Terra de Getúlio Vargas, 
presidente brasileiro. 

Eu sou da mesma vertente,
que Deus saúde me mande, 
E que eu possa ver muitos anos, 
o céu azul do Rio Grande. 

Te quero tanto,
torrão gaúcho,
morrer por ti,
me dou o luxo. 

Querência amada, planícies e serras, 
os braços que me puxa, 
da linda mulher gaúcha,
beleza da minha terra.
Meu coração é pequeno, 
porque Deus me fez assim,
o Rio Grande é bem maior, 
mas cabe dentro de mim. 

Sou da geração mais nova,
poeta bem macho e guapo, 
Nas minhas veias escorrem, 
o sangue herói dos farrapos. 

Deus é gaúcho, 
de espora e mango, 
foi maragato,
ou foi chimango. 


Querência amada, 
meu céu de anil. 
Este Rio Grande gigante, 
mais uma estrela brilhante na bandeira do Brasil. 

Fonte: http://www.paginadogaucho.com.br/musi/musica.php?codigo=042


Texto abaixo foi retirado do Blog de Rafael Burd ele aborda a Revolução Farroupilha
Link:  http://historiaeavida.blogspot.com.br/2011/08/foi-maragato-ou-foi-chimango.html


A Revolução Federalista foi um dos episódios mais sangrentos da história rio-grandense. A disputa foi marcada pelo embate entre federalistas e republicanos, com o uso da violência por ambas as partes. O destaque das barbaridades cometidas fica por conta da prática da degola.
Inicialmente é preciso entender as razões do confronto. O Brasil havia se tornado uma república em 1889. Os primeiros governos, Deodoro e Floriano, assumiram uma condição centralizadora e autoritária, apesar de a Constituição de 1891 dar certa autonomia para os estados, no modelo norte-americano.
O Rio Grande do Sul, portanto, também teve a sua Constituição, que teve o dedo do chefe político da região, Julio de Castilhos. Esta tinha uma forte inspiração no positivismo do francês Augusto Comte, que pretendia avanços industriais e econômicos, mas sem grandes mudanças sociais. No Rio Grande do Sul, este projeto foi abraçado pelas classes médias e pelos grupos de imigrantes que prosperavam.
A Constituição do estado, por sua vez, previa um Poder Executivo forte, com direito a reeleição e um Poder Legislativo débil. Assim, Julio de Castilhos poderia governar com mais força e autoridade. Isso acabaria desagradando alguns setores, principalmente as velhas oligarquias dos coronéis estancieiros ligados à antiga Coroa. Grosso modo, se formaram dois grupos:
 Os federalistas ou maragatos – Os revoltosos, favoráveis à monarquia e ao parlamentarismo. Eram contrários ao texto constitucional rio-grandense, pois limitava o poder destes “coronéis”, ou estancieiros, principalmente da região da Campanha. Além disso, as medidas econômicas do novo governo republicano eram insatisfatórias para eles. Seu principal líder foi Gaspar Silveira Martins. Usavam o lenço vermelho em volta do pescoço. Em “O sobrado” são representados pela família Amaral, que promove o cerco ao casarão.
 Os republicanos ou chimangos – Os legalistas, defensores do regime republicano, tendo o apoio do presidente do Brasil, Floriano Peixoto. Tinham o apoio das elites rurais do litoral e da serra do estado e das classes médias urbanas. Seus principais líderes eram Julio de Castilhos e seu sucessor, Borges de Medeiros. Tinham um uniforme azul e quepe vermelho, que lhes valeu o apelido de “pica-paus”. Adotaram o lenço branco em volta do pescoço. Na obra de Erico Verissimo são representados pela família Terra Cambará, sitiada no sobrado.
A revolta começou em 1893, pouco depois de Julio de Castilhos ter vencido as eleições daquele ano. Terminou em 1895, com a promessa de que o texto constitucional do Rio Grande do Sul seria revisto pelos governistas, o que não ocorreu. No plano militar, a guerra foi vencida pelos republicanos, que por serem as tropas do governo, dispunham de mais recursos, como, por exemplo, o uso da Brigada Militar.
O sucessor de Floriano Peixoto na presidência do país foi Prudente de Morais, que deu início à chamada “República do café-com-leite”, marcada pelo domínio das elites paulistas, mineiras e gaúchas.
Os estados ganharam ainda mais autonomia a partir desse momento. Mesmo assim, predominava no Rio Grande do Sul o governo dos republicanos, comandados por Borges de Medeiros, que se reelegeu inúmeras vezes. A continuidade dos problemas e da rivalidade entre federalistas e republicanos foi eclodir em outra revolta no ano de 1923. A questão só foi se acalmar em 1928, com a ascensão de Getúlio Vargas ao governo rio-grandense.
A Revolução Federativa durou “apenas” dois anos, tempo suficiente para derramar muito sangue na província. Ela não foi marcada por atos de heroísmo, mas pela violência e pela barbárie, assim como qualquer outra guerra.

Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAkqMjgLukdMOvisrVnAcLcaimBM3s-pGJ7ZTI_yGvfLCiKIuRiWF7gptdX76HJPBF2TP3-HPXSnjx0hLgrYnO6z1FNI9mUq-nXK3LxpmgZ7EJ9kA9fjYxlyDuMPf2-JPp5tjfdjKTdM4/s1600/maragatos_e_pica_paus_by_iemersonrosa-d5fqyv7.jpg


Texto abaixo foi  retirado  do site: http://www.afolhatorres.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4942:quem-e-chimango-quem-e-maragato&catid=2:catfausto

Maragato foi o nome dado aos sulistas que iniciaram a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul em 1893, em protesto a política exercida pelo governo federal representada na província por Julio de Castilhos. Os maragatos eram identificados pelo uso de um lenço vermelho no pescoço (situação).
O termo tinha uma conotação pejorativa atribuída pelos legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar da Silveira Martins, eminente tribuno, e o caudilho estrategista Gumercindo Saraiva, que deixaram o exílio, no Uruguai, e entraram no Rio Grande do Sul à frente de um exército de lenços vermelhos.
Como o exílio havia ocorrido em região do Uruguai colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), os republicanos, então chamados Pica-paus, os apelidaram de Maragatos, buscando caracterizar uma identidade "estrangeira" aos federalistas.
Com o tempo, o termo perdeu a conotação pejorativa e assumiu significado positivo, aceito e defendido pelos federalistas e seus sucessores políticos.
Na Revolução de 1923 desencadeada contra a permanência de Borges de Medeiros no governo do estado, novamente a corrente maragata rebelou-se, liderada pelo diplomata e pecuarista Assis Brasil. Seus antagonistas que detinham o governo, eram chamados no Rio Grande do Sul, de Ximangos, comparando-os à ave de rapina. O lenço vermelho identificava o Maragato. O lenço branco identificava o Pica-Pau e o Chimango (Situação).
O movimento originou, no Rio Grande do Sul, o Partido Libertador, de grande influência regional. (Wikipédia)
E na campanha eleitoral de Torres, na quinta-feira, dia 20 passado, no CTG Querência das Torres, na Vila São João, as duas campanhas, de Pardal e Zé Ivan pelo PMDB e de Nílvia e Brocca pelo PT, foram fazer militância no dia da Revolução Farroupilha na festa Farroupilha da cidade. Chimangos ainda não existiam em 1893. Eram os pica-paus, que representavam o poder central, que na guerra a seguir, a de 1923, foram apelidado, agora sim, de Chimangos. Mas eram os mesmospica-paus, representavam o Poder Central.
As duas revoluções tinham uma coisa em comum. A busca de LIBERDADE pelo povo gaúcho. ““ Enfrentavam A “SITUAÇÃO” os Maragatos, que com lenços vermelhos buscavam menos submissão ao” GOVERNO”.    Portanto foram revoluções  DO POVO contra o poder constituído.
Neste contexto, pode-se dizer que os Maragatos aqui em Torres são os alinhados ao PT.  A campanha de Nílvia diz que quer mudança, quer derrubar o estabelecido. O que deixa uma pulga atrás da orelha é que Nílvia diz que vai se ALINHAR ao governo federal, o inverso das revoluções farroupilhas.
  Já no contexto das revoluções anteriores, que foram SEMPRE do POVO GAÚCHO contra o ESTADO estabelecido pelo GOVERNO CENTRAL, os Maragatos são os apoiadores do PMDB.  É que o governo federal, hoje, mais uma vez centraliza a arrecadação dos tributos, motivo das batalhas dos gaúchos anteriores. E o governo federal e o governo estadual são do PT. Portanto, neste caso os Maragatos, os “Lenços Vermelhos”, são representados pelo PMDB. O PT representa o “espraiamento” da política central, representa os Chimangos, os Pica-paus.
Mas na prática e na realidade local, a “guerra” (Saudável, pois política) é dos peemedebistas, os chamados “Graxains” aqui em Torres, contra os “Galos” do PP e contra o PT, que ainda não recebeu apelido nestes pagos do Litoral Norte.  E a decisão está dentro de nós, como sempre. Conforme enxergamos as coisas, nos mobilizamos e acabamos mobilizando nossos amigos, nossa família. Boa escolha. Como dizia o slogan da antiga loja varejista gaúcha.   JH Santos: Sua Melhor Escolha!


Quem é Chimango e quem é Maragato?

Lembrando mais ainda da Revolução Farroupilha (1893), é claro que ela foi, como a seguinte, a de 1923, uma rebelião da sociedade gaúcha contra os impostos e os desmandos do Governo Federal. Mas mesmo assim, há correntes que defendiam o governo central mesmo no RS, porque achavam que a revolução era a favor dos empresários e estancieiros do Rio Grande. Os chimangos (situação) gaúchos defendiam a tese que o governo federal defendia a política que eles avaliavam como a do Peter Pan... Que o poder Central, à época no Rio de Janeiro, tirava o dinheiro dos ricos para dar aos pobres. Casualmente os que defendiam isto eram na maioria servidores públicos federais, ou até estaduais e municipais, pagos pelos impostos...
Hoje se discute isto mais uma vez, provando que a história nada mais é do que a repetição de ciclos. Hoje, como nos séculos 20 e 19 passados, se questiona a carga tributária de 40% do que produzimos. E ainda têm gente, como os Chimangos gaúchos à época das batalhas federalistas, que afiram que a questão está boa. A maioria destas pessoas, como antigamente, é servidora pública ou possui em sua família boa necessidade de sobrevivência vinda de um ou dois ou três funcionários públicos, pagos (bem ou mal) com a arrecadação da alta carga tributária brasileira e gaúcha, geralmente tem um Marajá do Judiciário no meio...
Mas existem também os Maragatos aqui no Estado. Como na época defendiam e até brigaram os Lenço-Vermelho, defendem a diminuição da carga tributária centralizada no poder central; defendem a liberdade de escolha dos municípios perante as ações e leis públicas. Defendem, afinal, e em nome da SOCIEDADE, uma menor submissão do povo do RS e das cidades do RS ao poder.  E este movimento é idealista. É defendido até por pessoas que servem como funcionários no Estado, na Nação, nos Municípios.  Quem é você, ai da poltrona? Chimango ou Maragato? Qualquer escolha é legítima, mas deveria haver... a escolha. JH Santos: Sua Melhor Escolha 




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